Franz Kafka
"Pensamentos dispersos, embora sistematicamente
ordenados, sobre diversos temas".
Franz Kafka
Franz Kafka
Gerald F. Lieberman
"O homem, na sua ansiedade de refutar a evidência de que é um macaco, reforça a crença de que é um burro."
Gerald F. Lieberman
Rousseau
"Eu tinha ido passar alguns dias no campo, na casa
de uma boa mãe de família que muito cuidava
de seus filhos e de sua educação. Certa manhã em que me achava presente às
lições do mais velho, seu governante que muito bem o havia instruído acerca da
história antiga, voltando à de Alexandre, caiu no caso bem conhecido do médico
Filipe, que se pôs em quadro e valia a pena. O governante, homem de mérito, fez
sobre a intrepidez de Alexandre várias reflexões que não me agradaram e que eu
evitei discutir para não desacreditá-lo no espírito de seu aluno. À mesa, não
deixou, segundo o método francês, de fazer com que muito extravagasse o menino.
A vivacidade natural à sua idade e a espera de um aplauso fizeram com que
dissesse mil tolices, através das quais ocorriam algumas saídas felizes que
faziam esquecer o resto. Finalmente ouve a história do médico Filipe. Ele a
contou precisamente e com muita graça. Depois do tributo natural de elogios que
a mãe exigia e que o filho esperava, comentou-se o que tinha dito. A maioria
censurou a temeridade de Alexandre; alguns, a exemplo do governante, admiravam
sua firmeza, sua coragem; o que me induziu a compreender que nenhum dos
presentes via em que consistia a verdadeira beleza do gesto. Para mim, disse,
parece que não há nisso a menor coragem, a menor firmeza na ação de Alexandre.
Não passa de uma extravagância. Então todo mundo se juntou e conveio em que era
uma extravagância. Eu ia responder e me exaltar, quando uma mulher que estava
ao meu lado e não tinha aberto a boca, se voltou para mim e disse bem baixo ao
ouvido: Cala-te Jean- Jacques, eles não te compreenderão. Olhei-a,
impressionei-me e me calei."
ROUSSEAU. Emilio; ou, Da educação,
págs 101 e 102
Eça de Queiroz
" Esta expressão 'leitura', há
cem anos, sugeria logo a imagem de uma livraria silenciosa, com bustos de
Platão e Sêneca, uma ampla poltrona almofadada, uma janela aberta sobre os
aromas de um jardim; e, neste retiro austero de paz estudiosa, um homem fino, erudito, saboreando linha a linha o seu
livro num recolhimento quase amoroso. A ideia da leitura, hoje, lembra apenas
uma turba folheando páginas à pressa, no rumor de uma praça."
Eça de Queiroz
Nietzsche
'Vim
aqui, meus amigos, para que vos canseis das alheias palavras que tereis
aprendido dos embusteiros e dos insensatos.
Para que vos canseis das palavras “recompensa”, “represálias”, “castigo”, “vingança na justiça”.
Para que vos canseis de dizer que “uma ação é boa porque é desinteressada”.
Ai, meus amigos! Esteja o vosso próprio ser na ação como a mãe no filho; seja esta a vossa palavra de virtude!
Verdadeiramente, eu tirei-vos com palavras os mais caros brinquedos da vossa virtude; e agora fazeis “beicinho” como as crianças.
Brincavam à beira-mar e veio a onda e levou-lhes os brinquedos para as profundezas. Agora choram.
A mesma onda, porém, lhes trará novos brinquedos, e espalhará aos pés deles novas conchas coloridas!
Assim se consolarão, e vós também, meus amigos, tereis como eles vossos consolos — e novas conchas coloridas!”'
Assim falou Zaratustra/Dos Virtuosos
Para que vos canseis das palavras “recompensa”, “represálias”, “castigo”, “vingança na justiça”.
Para que vos canseis de dizer que “uma ação é boa porque é desinteressada”.
Ai, meus amigos! Esteja o vosso próprio ser na ação como a mãe no filho; seja esta a vossa palavra de virtude!
Verdadeiramente, eu tirei-vos com palavras os mais caros brinquedos da vossa virtude; e agora fazeis “beicinho” como as crianças.
Brincavam à beira-mar e veio a onda e levou-lhes os brinquedos para as profundezas. Agora choram.
A mesma onda, porém, lhes trará novos brinquedos, e espalhará aos pés deles novas conchas coloridas!
Assim se consolarão, e vós também, meus amigos, tereis como eles vossos consolos — e novas conchas coloridas!”'
Assim falou Zaratustra/Dos Virtuosos
Domenico De Masi
"Se você tomar como exemplo as religiões,
todas elas têm o paraíso, e em nenhuma delas o homem trabalha. O
objetivo do ser humano, portanto, não é o trabalho e sim o ócio. Mas o
ócio, claro, como um momento em que o homem coloca toda a sua criatividade
em prática. Um jornalista que lê um livro, por exemplo, está
trabalhando ou se divertindo? Não há mais um limite cultural definido. O
que importará, portanto, não é o que você faz no trabalho mas o que
você faz no seu tempo livre. O ócio não é o pai dos vícios, mas o pai
das ideias. Porque as grandes ideias surgem em qualquer lugar e não
somente dentro de um escritório, em horário comercial. O trabalho
criativo surge quando estamos em casa, namorando ou passeando. Não há
tempo fixo para a produção de ideias. Por isso eu lhe desejo não apenas
um bom trabalho, mas um bom tempo livre "
Domenico De Masi
Domenico De Masi
Will Durat
" O cientista é tão imparcial quanto a
natureza no poema de Turgenev: está tão interessado na perna de uma
pulga quando no paroxismos cristivos de um gênio [...] A ciência nos
ensina a curar e a matar; reduz a taxa de mortalidade no varejo
e depois nos mata por atacado na guerra; mas só a sabedoria – pode nos
dizer quando curar e quando matar. Observar processos e construir meios
é ciência; critícar e coordenar fins é filosofia."
WILL DURANT
WILL DURANT
Ibsen
"Não há palavra que prove tão amargamente manchas e mentiras como a palavra ‘amor’. Com astúcia diabólica, onde a vontade é frágil como se fora um véu, com o amor se cobre ocultando com astúcia a coqueteria de sua vida. Se o caminho está impedido e há perigo, abandona-se para seguir o ‘amor’. Se prefere ir pelo caminho cômodo, deixa-o seguir ele pelo ‘amor’. Sempre terás esperanças se é Deus a quem deseja e teme, e que o amor dirija as suas preces.
Humildade! Palavra sem sentido, que serve de lema para o mundo de hoje. Pretexto tosco dos pobres de espírito, que não se atrevem nem querem atuar. Todo fraco mascara seu medo para arriscá-lo todo pela vitória, porto de todos os covardes, que desfalecem ante as promessas sutis facilmente rompidas. Almas mesquinhas que convertem o homem em um ser ‘humanitário!’ Foi Deus ‘humano’ quando morreu Jesus? Ah! Se teu Deus foi quem então deu conselho, Cristo foi o que na cruz clamou por graça. Assim a redenção se converteu na nota de um protocolo celestial.”
Ibsen
Heinrich Heine
"Toda religião garante à sua
maneira o consolo no sofrimento. Para os judeus, é a esperança. Estamos no
cativeiro; Jeová está zangado conosco; mas ele enviará um salvador. Para os
muçulmanos, é a fatalidade: Ninguém escapa a seu destino; está escrito no céu; aguentemos o inevitável com
resignação; Alá é Alá! Para os cristãos, é o menosprezo espiritual dos prazeres
e das alegrias, um anelo rabugento pelo céu; a terra está cheia de tentações,
mas há salvação no além."
Heinrich Heine
Heinrich Heine
Anatole France
" O talento é o que menos se
perdoa. O mundo pouco se importa com a vileza da alma e a deslealdade do
coração. Aceita os perversos e os covardes. A própria riqueza desperta pouca
inveja porque é sempre considerada imerecida. Até a glória de um homem comum
não ofende ninguém. Mas há no talento uma soberba que deve ser expiada com
ódios violentos e calúnias pérfidas."
Anatole France
Anatole France
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